quinta-feira, 25 de março de 2010

Dando sequência ao histórico do bairro do Anil...

O nome do bairro do Anil tem sua origem, no fato de em tempos remotos no local terem existido arbustos nativos, cujos frutos eram o anil. Inicialmente, a região era ocupada por engenhos e, posteriormente, vieram as fazendas, onde se plantava café.

As anileiras da região eram de alta qualidade. Por esse motivo, houve grande aceitação do corante na Europa. O anil era transportado pelo rio que hoje tem esse nome até a Barra da Tijuca, e dali ao porto do Rio de Janeiro, para ser embarcado em navios para Europa. A cultura do anil nessa parte de Jacarepaguá durou até o século XVIII. Depois, como aconteceu em toda a província do Rio de Janeiro, a região do Anil também foi tomada por plantações de café.

No século XIX, havia na localidade a próspera fazenda do Quitite, cujo dono era o cafeicultor Marcos Antonio Deslesdenier. A estrada do Quitite era uma das vias no interior da propriedade. Na década de 1960, quando exercia o cargo de Presidente da República, João Goulart possuía casa de veraneio no local. A casa era conhecida como “Sítio Capim Melado”.

Hoje o local é um condomínio fechado, mas a casa principal do sítio, toda feita de pedra, ainda existe. A região onde hoje se localizam Anil, Gardênia Azul e Cidade de Deus fazia parte, nos séculos passados, da Fazenda do Engenho D'Água.

segunda-feira, 22 de março de 2010

INAUGURADO CENTRO DE ACOLHIMENTO DE IDOSOS NO RECREIO DOS BANDEIRANTES

Inaugurado o Centro de Acolhimento Maria Vieira Bazani, no Recreio dos Bandeirantes, que receberá até 26 idosos com mais de 60 anos, de ambos os sexos, que vivem em situação de abandono. A unidade, localizada na Rua Teotônio Vilela, s/nº, estava desativada há anos e passou por uma reforma orçada em R$ 60 mil, que incluiu intervenções nos dormitórios, banheiros, cozinha, sala de televisão, além da área externa. O Centro de Acolhimento também abriga uma quadra de esportes e um local para plantio.

Uma parcela muito significativa da população acaba indo para as ruas por vários motivos. Na maioria das vezes elas são agredidas, violentadas, desrespeitadas em ambientes familiares e perdem a possibilidade de preservar vínculos. Mas a rua é o pior de todos os lugares para se viver. Por isso, seja pelo fato de estarem nas ruas ou de estarem em casa sendo tratadas de forma indigna, compete ao poder público acolher e oferecer a melhor qualidade de vida possível – afirmou o secretário.
Para o subprefeito da Barra e Jacarepaguá, Tiago Mohamed, a Prefeitura vem trabalhando cada vez mais para melhorar a qualidade de vida da população carioca.- Esse é mais um espaço que a Prefeitura oferece para a população do Rio de Janeiro. Isso mostra o comprometimento com o bem-estar da cidade e, principalmente, o trabalho extraordinário para dar dignidade para as pessoas e uma condição melhor para que todas vivam de forma justa e humana – disse.

“Somente este abrigo não dará conta de toda a população de Jacarepaguá, que é muito grande, esperamos por mais abrigos e medidas para a melhoria do bairro e principalmente da cidade”.
Todos os idosos contarão com serviços de psicologia e de assistência social. Eles também trabalharão com plantio e terão acesso à atividades esportivas, dança e ginástica. Através de uma parceria com a Instituição Social e Cultural Alegria de Ler (Iscal), eles farão ainda, trabalhos de leitura, participarão de contação de histórias e de terapia do riso. Além dessa instituição, o abrigo conta com o apoio do Lyons Club e da Secretaria Municipal de Saúde.Para José Edvaldo dos Santos, 66 anos, mecânico em refrigeração que saiu de casa há dois anos por ameaça da família e morava com a esposa Isabel Gomes de Aguiar, de 87, embaixo do viaduto, próximo ao antigo prédio do Jornal do Brasil, em São Cristóvão, a nova unidade oferece um tratamento digno e respeitoso.



- Estou gostando daqui. O local e o tratamento são ótimos. É muito melhor do que ficar na rua. Me sinto mais protegido – afirmou Edvaldo, que disse ainda sentir saudades de voltar a trabalhar. Edvaldo terá seu talento aproveitado e voltará à ativa, fazendo reparos nos aparelhos de refrigeração e trabalhando na recuperação de equipamentos do Centro de Acolhimento.A unidade do Recreio fará parte da Rede de Proteção Social Especial da Prefeitura voltada para o atendimento à Terceira Idade, que hoje conta com outros três abrigos municipais no Catete, Ilha do Governador e Alto da Boa Vista. A Rede de Proteção dispõe de 223 vagas, sendo 49 delas nos três abrigos da rede municipal e 174 frutos de convênios com instituições privadas e filantrópicas.



quarta-feira, 17 de março de 2010

PREFEITURA INICIA URBANIZAÇÃO DE DUAS GRANDES VIAS EM JACAREPAGUÁ

Começaram as obras de urbanização e implantação de redes de drenagem em duas grandes vias do bairro da Taquara, em Jacarepaguá: as estradas Rodrigues Caldas e da Meringuava, que juntas receberão mais de R$18 milhões de reais em melhorias. O trabalho, coordenado pela Secretaria Municipal de Obras (SMO), deve ser concluído no prazo médio de um ano.

O início das obras nesses dois locais foi anunciado pelo secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, representando o prefeito Eduardo Paes. Ao lado de representantes da comunidade, o secretário lembrou que o morador é o maior fiscalizador das obras municipais. Esperamos que sim...

A maior parte dos recursos (R$14,8 milhões) será investida nos 5,3 Km de extensão da Estrada Rodrigues Caldas, que dá acesso à Colônia Juliano Moreira. Nessa via, a partir do Largo da Taquara, serão instalados 5,6 Km de redes de drenagem, incluindo três grandes galerias de águas com até 3,6 metros de largura.

- O maior problema dessa área é a drenagem das chuvas, e as ruas transversais à Estrada Rodrigues Caldas são muito afetadas. Por isso o custo é mais elevado, porque a obra vai além da estrada principal, atendendo às transversais e construindo uma "galeria de cintura" para as águas que vêm da parte mais alta - explicou o secretário de Obras Alexandre Pinto.

A pista da Estrada Rodrigues Caldas também terá a largura duplicada e será repavimentada, recebendo 63.782 metros quadrados de camada asfáltica, 58,3 mil metros quadrados de calçadas e uma ciclovia, nas duas margens da pista, com 5,2 Km. Para pessoas com necessidades especiais ou problemas de mobilidade, o projeto prevê 102 rampas de acesso nas travessias e cruzamentos. A obra também vai cuidar da parte paisagística, plantando 267 mudas de árvores e 3 mil metros quadrados de gramado.

Na Estrada da Meringuava - que também será ampliada, recebendo mais uma faixa em cada sentido –, o investimento será de R$3,6 milhões para recuperar 18,8 mil metros quadrados de asfalto e implantar 2,8 Km de redes de drenagem das chuvas. Serão feitos ainda 10,4 mil metros quadrados de calçadas, com 96 rampas para facilitar o acesso de pessoas com deficiência os idosos e outras pessoas com problemas de mobilidade. A via também vai receber uma ciclovia que, segundo Alexandre Pinto, será interligada a outras da região de Jacarepaguá.
Vamos ficar de “Olho Vivo” seu prefeito. Pode deixar...

Erick Evaristo
Fonte: www.palaciodacidade.rio.rj.gov.br

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Jardim Clarice: Suas Ruas, Homenagem a Literatura Brasileira

Atualmente, junto ao Morro da Panela existe o Jardim Clarice. O empreendimento imobiliário foi feito pelo antigo dono das Lojas Brasileiras, Adolfo Basbaun, que homenageou a esposa Clarice dando seu nome ao jardim. A Praça Mário Tibiriça, que fica na entrada do loteamento, é em memória de Mário Tibiriça (1880-1974), um dos primeiros moradores da Estrada Curipós. As ruas do Jardim Clarice têm nomes de romances e livros de poesia da literatura brasileira. A sugestão foi feita no ano de 1976 pelo poeta Carlos Drumond de Andrade (1902-1987) ao Prefeito Marcos Tamoio (1926-1981). Eis os nomes dos logradouros, com o ano de publicação dos livros e os respectivos autores:

Rua Dona Flor - Ano: 1966 - Autor: Jorge Amado (1912-2001)

Rua Encontro Marcado - Ano: 1956 - Autor:Fernando Sabino (1925-2004)

Rua Dom Casmurro - Ano: 1900 - Autor: Machado de Assis (1839-1908)

Rua Escrava Isaura - Ano: 1875 - Autor: Bernardo Guimarães (1825-1884)

Rua Enamorado da Vila - Ano: 1939 - Autor: Olegário Mariano (1889-1958)

Rua Estrela da Manhã - Ano: 1936 - Autor: Manuel Bandeira (1886-1968)

Rua Borboleta Amarela - Ano: 1953 - Autor: Rubem Braga (1913-1990)

Rua O Tempo e o Vento - Ano: 1948 - Autor: Érico Veríssimo (1905-1975)

Rua Estrela Solitária - Ano: 1940 - Autor: Augusto Frederico Schimidt (1906-1965)

A personagem fictícia Capitu do romance Dom Casmurro é nome de logradouro em Jacarepaguá. A Rua Capitu faz esquina com a Rua Ituverava, no Anil.

A denominação foi feita para recuperar erro de administrador não esclarecido com a literatura brasileira, que, em 1955, mudou uma do mesmo nome existente na Pavuna para Rua Afonso Terra. As ruas Capitu e Brás Cubas (homenagem também a romance de Machado de Assis - Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881) foram oficializadas em logradouros da Vila Pedro Segundo, na Pavuna, em 1945. A Brás Cubas continua até hoje com o mesmo nome e no mesmo lugar, à margem da Avenida Automóvel Clube. A Capitu ficou fora do mapa do Rio até o início da década de 1970, quando voltou a ser rua, mas em Jacarepaguá.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Jacarepaguá - De jacas e quintais

Ja-ca-re-pa-guá. O som desse nome associa-se, em minha mente saudosa, ao matraquear das rodas do bonde que me conduzia, menino, a casa distante de parentes. Enquanto um vento gostoso me agitava os cabelos, eu via passar as hortas plantadas debaixo das imensas torres da antiga Light. Portugueses - iguais aos dos meus parentescos avoengos - estavam por ali: casais que cuidavam das verduras e homens gordinhos vestidos de azul, o motorneiro e o cobrador, este ágil, saltitante nos estribos.
Um cheirinho de mato, trazido pelo ar límpido da manhã, me entrava pelas narinas e eu via desfilar as casas simples em ruas tranqüilas. Iam passando locais de nomes belos e sonoros, como os dos Largos: Freguesia, Tanque, Taquara... Um lugar chamado Anil me lembrava o céu azul visto numa gravura em meu livro de curso primário.Saibam que Jacarepaguá fez muito pela arte: seu clima ideal operou milagres, salvando da tuberculose inúmeros escritores, poetas e pintores desenganados pela medicina. Mas, também, em seus sanatórios muitos artistas viram finar sua vida com a criatividade confundida com loucura.
A natureza e a liberdade - muito verde e a amplidão - sempre se mostraram em Jacarepaguá. Chácaras antigas, imensas, foram cedendo suas terras, aos poucos retalhadas em nome da urbanização. Era lá, talvez, que ficava o maior paraíso de quintais. Neles, a delícia celestial das frutas.
Lembro-me muito das jaqueiras, árvores imensas, de troncos fortes e galhos compridos que ofertavam a generosidade da sombra. Do chão coalhado de folhas, caídas no capim úmido até receber a visita do sol, era olhar para cima, usar a intuição quase infalível das crianças e escolher a jaca ambicionada. Depois, com a invejável destreza da meninice, encarapitar-se lá em cima e futucar a fruta mais madura até que caísse, se abrisse e oferecesse à nossa gulodice a doçura daquelas delícias amarelinhas.
O Jacarepaguá de hoje é um bairro que está ali pertinho, juntando-se ao Grajaú por aqui e à Barra por lá. As casas sobrevivem dentro de condomínios bonitos, onde a classe média habita olhando os morros para onde subiram os pobres, tangidos pela necessidade.A cidade moderna chegou a Jacarepaguá, mas não matou desse bairro lindo e amigo o espírito que saboreia as frutas e passeia nos quintais.
Lindo poema de um autor desconhecido, pelo menos por mim... Ainda vou saber quem o fez.
Erick Evaristo

O COMEÇO...

Jacarepaguá é um bairro de classe média da Zona Oeste do Rio de Janeiro, localizado na Baixada de Jacarepaguá, entre o Maciço da Tijuca, a Barra da Tijuca e a serra da Pedra Branca, onde está localizado o Parque Estadual da Pedra Branca.
Possui uma área territorial de 7.579,64 ha, sendo o 4° maior bairro em área do município. Em 2004, sua população estimada era 100.000 habitantes.
No entanto, é um bairro em processo de desmembramento, pois importantes áreas do que sempre se entendeu historicamente como a parte principal de Jacarepaguá, com o tempo foram se desmembrando e tornando-se bairros próprios, como é o caso dos bairros Anil, Curicica, Cidade de Deus, Freguesia, Gardênia Azul, Pechincha, Praça Seca, Tanque e Taquara, que junto com Vila Valqueire e o próprio Jacarepaguá, fazem parte da XVI Região Administrativa (R.A.) - Jacarepaguá - do município do Rio de Janeiro.
O que restou do antigo bairro de Jacarepaguá hoje são inúmeras localidades com nomenclaturas próprias, em geral loteamentos ainda recentes e que não foram ainda oficializados como bairros pela prefeitura, além da área onde está o Autódromo e o Riocentro.
Logo contarei mais sobre a História de Jacarepaguá, é apenas o começo...
Erick Evaristo